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FAN por HEp-2 na triagem de doenças reumáticas

FAN por HEp-2 - Como teste de triagem

A pesquisa de anticorpos contra antígenos celulares em células HEp-2, também conhecida como fator antinúcleo (FAN HEp-2), é um exame de rastreamento de autoanticorpos utilizado como suporte para o diagnóstico de doenças autoimunes sistêmicas e órgão-específicas. As células HEp-2 permitem a identificação de padrões de fluorescência resultantes do reconhecimento de antígenos localizados nos diferentes compartimentos celulares, como no núcleo, nucléolo, citoplasma, aparelho mitótico e placa cromossômica metafásica, por autoanticorpos presentes no soro dos pacientes. Portanto, o padrão de fluorescência reflete a distribuição topográfica dos antígenos reconhecidos pelos autoanticorpos em um determinado soro. Trata-se de um exame destinado à triagem de autoanticorpos. A identificação dos padrões de fluorescência da célula HEp-2 tem como objetivo orientar a escolha de testes específicos que identificam o antígeno-alvo reconhecido por um determinado autoanticorpo como por exemplo, SS-A/Ro, SS-B/La, Sm, U1RNP, Jo-1, Scl-70, anticorpos anti-DNA nativo, anti-histonas e anti-nucleossomo. Como esperado para os testes de triagem, o FAN HEp-2 apresenta alta sensibilidade e baixa especificidade. Portanto, resultados positivos devem ser interpretados com cautela. O FAN HEp-2 deve ser solicitado apenas quando houver suspeita convincente de doença autoimune, já que resultados positivos podem ser encontrados em indivíduos sem evidência clínica ou laboratorial de doença autoimune, podem ocorrer como fenômeno transitório em algumas doenças infecciosas e neoplásicas, ou pelo uso de alguns medicamentos. Além do padrão de fluorescência, outra informação relevante fornecida pelo FAN HEp-2 é o título do autoanticorpo. Pacientes com doenças autoimunes tendem a apresentar títulos moderados (1/160 e 1/320) e elevados (> 1/640), enquanto os indivíduos sadios com FAN HEp-2 positivo tendem a apresentar baixos títulos (1/80) . Entretanto, exceções de ambos os lados acontecem. Não há na literatura médica uma recomendação formal em relação ao título final a que soros com FAN positivo devem ser diluídos. Esse título máximo varia entre os laboratórios, sendo 1/640, 1/1280 e 1/5120 os mais frequentemente utilizados. Do ponto de vista clínico, títulos do FAN HEp-2 > 1/640 são relevantes e não há importância diagnóstica em se realizar diluições adicionais além de 1:640. Isso foi demonstrado por dois estudos internacionais.
Outro aspecto importante a ser considerado em relação aos títulos do FAN HEp-2 é que não há correlação entre a atividade das doenças reumáticas autoimunes e variações dos títulos do FAN HEp-2 . Também não há na literatura estudos demonstrando correlação entre variações dos títulos do FAN HEp-2 e a evolução clínica de indivíduos saudáveis com PAAC positivo.
Portanto, não se recomenda a monitorização seriada dos títulos do FAN HEp-2 para o acompanhamento dos pacientes com doenças reumáticas autoimunes e nem de indivíduos saudáveis . Com base nesses estudos, as amostras são reagentes no exame do FAN HEp-2 até o título máximo de 1:640. Os resultados das amostras que ainda apresentam fluorescência nessa diluição são liberados com o padrão de fluorescência observado e com título final descrito como > 1:640.

Seleção de Artigo:
Dr. Ricardo Florian Mottin CRF 5.817
Laboratório Mottin
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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recomendações para padronização do ensaio de pesquisa de autoanticorpos em células HEp-2, controle de
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