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O papel da Hemoglobina Glicada (HbA1c) no diagnóstico do Diabetes

Os exames laboratoriais, responsáveis por 60% a 70% das decisões médicas, são um importante instrumento de auxílio para a definição da conduta terapêutica e do diagnóstico de uma doença, quando este não pode ser esclarecido exclusivamente pelos dados de história clínica e exame físico.

Considerando o alto índice da diabetes no Brasil e no mundo (veja no gráfico) e o impacto das complicações dessa doença na sociedade, a dosagem da hemoglobina glicada torna-se um importante procedimento nos laboratórios clínicos.

A hemoglobina glicada ou glicohemoglobina é conhecida também como HbA1C ou A1C. Embora seja utilizada há muitos anos como uma ferramenta de diagnóstico na avaliação do controle glicêmico em pacientes diabéticos, a dosagem da A1C passou a ser empregada também para a avaliação do impacto do controle glicêmico sobre as complicações crônicas do diabetes.

Os testes mais comuns para diagnosticar o diabetes são a dosagem de glicose no sangue e o teste de tolerância oral à glicose (TOTG). Mas, atualmente, o teste de hemoglobina glicada, também é utilizado para diagnosticar a doença.

O mais recente posicionamento do Grupo Interdisciplinar de Padronização da Hemoglobina Glicada (A1C) da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC-ML), sobre o teste de hemoglobina glicada para a avaliação do controle glicêmico e para o diagnóstico do diabetes, argumenta que a limitação dessa aplicação do teste não está relacionada ao fato de que valores altos de A1C indiquem a presença de diabetes, mas sim ao fato de que um resultado "normal" não exclui a doença. Isso quer dizer que a utilização da A1C no diagnóstico do diabetes seria uma opção diagnóstica com especificidade, porém, sem sensibilidade. Para o Grupo, se o teste for usado como complemento da glicemia de jejum, a especificidade de um valor aumentado de A1C estaria sendo aplicada a uma população já com alto risco de apresentar intolerância à glicose em função de uma glicemia de jejum limítrofe da anormalidade.

Outro aspecto apontado pelo posicionamento do Grupo é o custo de realização do teste de A1C, que ainda é incompatível com sua utilização como teste de rastreio, do ponto de vista de economia da saúde.

Na opinião do Prof. Dr. Airton Golbert, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), a hemoglobina glicada é um teste muito importante para avaliar o controle glicêmico de médio prazo (últimos 2 ou 3 meses). "Neste sentido o exame tem vantagens sobre a glicemia, pois avalia um período de tempo e não um momento como ocorre com a glicose", explica.

O resultado do teste é expresso em porcentagem, indicando o percentual de hemoglobina que se encontra ligada à glicose. No entanto, como ele reflete os níveis médios de glicemia ocorridos nos últimos 2 a 3 meses, está havendo uma discussão internacional para que os valores sejam expressos em termos de glicemia média, o que poderá ocorrer de forma padronizada nos próximos anos.

Existem regras específicas para a interpretação dos níveis glicêmicos, visando diagnosticar o diabetes. Para se efetuar o diagnóstico definitivo da doença, deverão ser seguidas as diretrizes recomendadas, com base nos níveis glicêmicos definidos pelas diversas sociedades de diabetes ao redor do mundo como, por exemplo, American Diabetes Association (ADA), European Association for the Study of Diabetes (EASD), International Federation of Clinical Chemistry and Laboratory Medicine (IFCC) e International Diabetes Federation (IDF).

O posicionamento da SBPC/ML recomenda que os laboratórios clínicos participem ativa e regularmente de um programa de ensaio de proficiência específico para a hemoglobina glicada e utilizem os métodos certificados pelo NGSP e do estudo do Diabetes Control and Complications Trial (DCCT).

O avanço tecnológico nos laboratórios de análises clínicas vem contribuindo para o aprimoramento do diagnóstico da diabetes. Na opinião do professor Golbert, além da hemoglobina glicada, o maior avanço foi o desenvolvimento dos glicosímetros, com possibilidade de verificação dos níveis de glicose pelos próprios pacientes, em poucos segundos.



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Dr. Ricardo Florian Mottin CRF 5.817
Laboratório Mottin
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