Segunda a sexta das 7:00 às 12:00 e 13:00 às 18:00 | Sábados das 7:00 às 11:00

DOENÇA DE LYME

A doença de Lyme é uma infecção transmitida aos humanos, animais domésticos e silvestres, primariamente através da picada de carrapatos do gênero Ixodes(1), cujos agentes etiológicos carreados são as espiroquetas do gênero Borrelia, sendo a mais comumente encontrada a Borrelia burgdorferi.
No início da década de 1990, casos clínicos de borreliose foram registrados no Rio de Janeiro, Manaus, São Paulo e Mato Grosso, com manifestações predominantemente cutâneas. Igual situação foi observada na Argentina(2,3). Em 1996, Costa e outros relatam três casos caracterizados clínica e laboratorialmente como doença de Lyme, em Mato Grosso do Sul, incluindo o primeiro caso de meningite de Lyme descrito no Brasil1.
Para transmitir a doença, é preciso que o carrapato fique grudado à pele por pelo menos 24 horas. A manifestação da doença se dá, de forma geral, entre três e 32 dias após a exposição aos carrapatos. No entanto, é muito difícil definir um período para o início dos sintomas, porque existem casos em que eles aparecem até meses mais tarde(5). Pessoas infectadas pelo carrapato desenvolvem esta doença inflamatória que se caracteriza, em sua fase inicial, por uma mancha vermelha (eritema) ao redor da área picada. A lesão de pele, embora patognomônica, não está presente em todos os pacientes, ocorrendo em percentual que varia de 60% a 80%(6). Os sintomas podem ser mal-estares, febre, dor de cabeça, dor muscular e nas articulações, que podem durar várias semanas ou mais, o que leva a doença de Lyme a ser constantemente confundida com reumatismo e febre reumática. Nos casos em que não houve tratamento, a doença pode evoluir para uma fase em que ocorre comprometimento do sistema nervoso, alterações da vista e equilíbrio.
O diagnóstico clínico da doença de Lyme deve ser confirmado por exames sorológicos. Pacientes usualmente demonstram positividade à pesquisa de anticorpos IgG e IgM por técnica imunoenzimática.A interpretação deve ser cuidadosa, devido à existência de sorologias falso-positivas, com outras doenças infecciosas ou doenças autoimunes.
1.Costa,I.P.;Bonoldi,L.N; Yoshinari,H.Perfil clínico e laboratorial da doença de Lyme´símile no Estado de Mato Grosso do Sul: análise de 16 paciente. Rev Bras Reumatol, 41(3),143-150,2001.

2.Abel IS, Marzagão G, Yoshinari NH, Schumaker TTS: Borrelia-like spirochetes recovered from ticks and small mammals collected in the Atlantic Forest Reserve, Cotia County, State of São Paulo, Brazil.
Mem Inst Oswaldo Cruz 95: 621-624, 2000.

3.Yoshinari NH, Barros PJL, Yassuda P, Baggio D, Steere AC, Cossermelle W. Estudo epidemiológico da doença de lyme no Brasil. Rev Hosp Clín Fac Med Sao Paulo, 47:71-5,1992

4.Costa IP, Yoshinari NH, Barros PJL, Bonoldi VLN, Leon EP, Zeitune AD, et al. Doença de lyme em Mato Grosso do Sul: relato de três casos clínicos, incluindo o primeiro relato de meningite de lyme no Brasil. Rev Hosp Clin Fac Med Sao Paulo, 51:253-7,1996.

5.Steere AC, Bartenhagen NH, Craft JE, Hutchinson GJ, Newman JA, Rahn DW, et al. The early clinical manifestation of Lyme disease. Ann Intern Med. , 99:76-82,1983

6.Yoshinari NH, Abrão MG, Bonoldi VLN, Soares CO, Madruga CR, Scofield A, et al. Coexistence of antibodies to tick-borne agents of Babesiosis and Lyme Borreliosis in patients from Cotia County, State of São Paulo, Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz, 98:311-8,2003




Fonte: Laboratório Álvaro