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DOENÇA CELÍACA

A doença celíaca, também denominada espru celíaco, é uma afecção inflamatória do intestino delgado precipitada pela ingestão de trigo em indivíduos com certa disposição genética. O início da doença ocorre mais comumente em torno da idade de dois anos, depois que o trigo tiver sido introduzido na dieta, e no início da vida adulta (terceira e quarta décadas). No entanto, a doença celíaca pode começar em qualquer momento da vida. Em indivíduos sensíveis, a proteína do trigo, o glúten, desencadeia uma resposta anormal das células T leva à produção de anticorpos contra várias estruturas proteicas intestinais. Esta reação inflamatória no intestino delgado resulta em diminuição da quantidade de área disponível para absorção de nutrientes, líquidos e eletrólitos. O grau de perda da área absortiva intestinal, em geral, dita se um indivíduo com doença celíaca desenvolverá sintomas. Os indivíduos acometidos podem apresentar sintomas severos, como diarréia, fraqueza e perda de peso, indicando acentuada diminuição da área absortiva intestinal envolvendo grande parte do intestino delgado. Por outro lado, alguns indivíduos apresentam cansaço relacionado à anemia e não têm sintomas referíveis ao trato gastrointestinal. Tais indivíduos provavelmente têm doença limitada ao intestino delgado proximal, em que o ferro é normalmente absorvido, sendo o restante do intestino adequado para absorção de nutrientes e líquido. Outras manifestações extra-intestinais de doença celíaca incluem osteopatia osteopênica, tetania e raramente distúrbios neurológicos. A hipersensibilidade ao glúten também pode manifestar-se como rash vesicular pruriginoso e com dor em queimação nas superfícies extensoras do corpo (dermatite herpetiforme). A maioria desses indivíduos tem biópsias intestinais características de doença celíaca, independentemente de sintomatologia gastrintestinal.
Seu diagnóstico diferencial envolve intolerância ao gluten, diabetes mellitus I, lupus eritematoso sistêmico, tireoidopatias e outras condições autoimunes. O diagnóstico baseia-se na combinação de achados clínicos e epidemiológicos com sinais laboratoriais (biópsia do duodeno distal obtida por endoscopia, ou, mais modernamente, demonstração de anticorpos IgA anti-endomísio ou anti-gliadina, assim como anticorpos anti-transglutaminase, com bom desempenho diagnóstico).
1. BOOK, L. S. Diagnosing celiac disease in 2002: who, why, and how? Pediatrics, v. 109, n. 5, p. 952-954, 2002.
2. JACKSON ALLEN, P. L. Guidelines for the diagnosis and treatment of celiac disease in children. Pediatr.Nurs., v. 30, n. 6, p. 473-476, 2004.
3. SHAMIR, R. Advances in celiac disease. Gastroenterol.Clin.North Am., v. 32, n. 3, p. 931-947, 2003.




Fonte: Laboratório Álvaro